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terça-feira, 30 de março de 2010

Sacola da leitura

Estou muito contente com a realização da primeira reunião com os pais. Nela, pedi, claramente, o auxílio dos pais no sentido de orientar os filhos quanto ao comportamento e disciplina em casa e, principalmente na escola, o que está me angustiando muito. A turma não consegue fazer fila sem se empurrar, mesmo tendo uma música onde cantamos “nossa fila é um trenzinho, cada qual no seu lugar, fico aqui bem direitinho, não preciso empurrar”. Da mesma forma, possui dificuldade em sentar-se quando há necessidade de esperar, por exemplo, para usar o refeitório quando este ainda está ocupado pela turma que faz lanche no horário anterior ao nosso. Por outro lado, comecei a colocar em prática minha campanha de doações de brinquedos, bolsas, roupas para fantasia e livrinhos para nossa sala. Pelo entusiasmo dos pais presentes, acredito que terei um bom retorno, pois um deles pedi para olhar os livrinhos que tinha na sala para não trazer muito repetido. Enfatizei bem a importância dos livrinhos porque pretendo fazer a sacola de leitura onde cada aluno leva no final de semana para casa e retorna na segunda com a contação de alguma história que os pais tenham contado a ele. Para isto acontecer, preciso de mais livros porque pretendo fazer três sacolas de leitura, pois a turma é numerosa e demoraria muito para todos receberem a sacola da leitura e, isto poderia levar a desestimular esta prática. Segundo Pires (2000): "A literatura infantil torna-se, deste modo, imprescindível. Os professores dos primeiros anos da escola fundamental devem trabalhar diariamente com a literatura, pois esta se constitui em material indispensável, que aflora a criatividade infantil e desperta as veias artísticas da criança. Nessa faixa etária, os livros de literatura devem ser oferecidos às crianças, através de uma espécie de caleidoscópio de sentimentos e emoções que favoreçam a proliferação do gosto pela literatura, enquanto forma de lazer e diversão" Retirado do site:
http://www.webartigos.com/articles/11588/1/A-Importancia-da-Literatura-na-Educacao-Infantil/pagina1.html.

Aprendendo...

Minha turma de estágio está sendo atendida pelo Projeto de Educação Física da escola, quando as aulas são ministradas pela professora desta disciplina. Pela turma ser numerosa contando com 25 alunos e, principalmente, por ser muito agitada e pouco disciplinada, a professora está atendendo em dois grupos. Desta maneira, nos horários desta aula, que são 50 minutos, permaneço com a metade em sala. Refletindo, fiquei apreensiva em o que proporcionar a estes alunos, pois com as demais turmas isto não ocorre e a professora titular tem tempo para organizar atividades. Percebi que eles não sabem fazer uso da maioria dos jogos que a escola tem a disposição. Quando são disponibilizados, estes jogos ficavam atirados pela sala, colocados nas bolsas que brincavam, competiam quem ficava com mais peças, ou, ainda, simplesmente empilhavam as peças. Então, nestes últimos dias, estou introduzindo estes joguinhos com regras como dominó, jogo da velha ou seqüência. Percebo que ao utilizar um jogo com os alunos não devemos realizá-lo uma vez apenas, mas jogar algumas vezes, uma vez por semana, pelo menos durante um mês. Esse procedimento permite que os alunos se apropriem do jogo, de suas regras e dos conhecimentos matemáticos nele envolvidos. Segundo Vygotsky, as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade. E Piaget diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável à prática educativa.
Piaget, J. A psicologia da criança. Ed Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo. Martins Fontes, 1989

quinta-feira, 25 de março de 2010

Dias melhores...

Nesta semana estão acontecendo fatos que estão melhorando minha preocupação e expectativa sobre o estágio. À princípio estava quase impossível obter auxílio da direção quanto ao uso das tecnologias com a turma. A colega Deise, colega de trabalho e estágio, está conseguindo algo com centro de informática do município para utilizarmos o laboratório. Estamos no aguardo da pessoa responsável elaborar um projeto de informática com agendamento de horários e transporte para os alunos. Desta forma estou mais tranqüila, pois tenho uma turma muito agitada e com diversos problemas de indisciplina e inclusão. Pensando nisto, há também muitos momentos em que usar da autoridade é necessário. Para a criança pequena, por exemplo, é difícil relacionar os atos com conseqüências distantes. Não devemos dizer simplesmente "não faça isto porque estou mandando ou porque é feio". É importante que se explique à criança porque deve se comportar de determinada maneira, como não bater nos amigos, pois não devemos fazer aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem, ou não mentir porque isso põe em risco as relações de confiança. Por conseguinte, o que devemos fazer é tornar a criança mais consciente de seus atos, trazendo as conseqüências para mais perto dela.

domingo, 21 de março de 2010

Adaptações

Acredito que este ano será de extrema importância no sentido de aprendizado no campo profissional. Estando concursada desde 2002, sempre permaneci numa única escola até o momento. Entretanto, estou em período de adaptação a um novo ambiente escolar, assim como todos alunos desta escola, a qual foi inaugurada neste ano. Dentre às principais adaptações que estou passando, posso destacar o espaço físico da escola como sendo o mais complicado. As salas de Jardins da escola estão localizadas no segundo piso da instituição e, desta forma, seu acesso é por meio de escadas. Então, o cuidado com os alunos se faz muito mais presente, pois qualquer mobilidade da turma se faz através da escada: banheiros, refeitório, ginásio, bebedouros, praça, enfim qualquer outra dependência.
Estou com uma turma numerosa que conta com 25 alunos muito agitados. Destes, dois alunos são iniciantes em escolas e uma é portadora de deficiência auditiva sendo que ainda não sabemos se esta é total ou parcial. Porém, até o momento posso perceber que não é total. Estamos esperando o período de entrevistas com os pais para troca de informações. Mas, um dos novos alunos obrigou-me a parar e refletir sobre a adaptação dos alunos, pois desde o início mostrou-se resistente à adaptação. É resistente às regras de convivência e à rotina. Borges já dizia que o processo de adaptação foi, ao longo da história da educação infantil, muitas vezes encarado pelos profissionais como sendo um período de tempo e espaço determinados pela própria escola e tinha como objetivo fazer as crianças pararem de chorar. Imaginar que o sucesso de um processo de adaptação se resume a ter ausência de choro é banalizar uma situação que não termina em si mesma. Os sintomas que as crianças apresentam como doenças, regressões, alterações de comportamento, etc., estão aí para comprovar que elas não falam que as coisas não vão bem somente chorando. (BORGES, 2002: 32) Depois disto, então, estou procurando ter mais atenção com este aluno no seu dia-a-dia na escola. Temos que ter em mente que os aspectos particulares de cada personalidade participante do processo resultam na intensidade com que cada um vai experimentar ou a forma como vai atravessar esse período. Esse processo é inevitável na vida das pessoas. Estamos, a professora e alunos, nos adaptando ao novo ambiente e isto é um processo importante e necessário que resulta em crescimento positivo. Referência bibliográfica: BORGES, M. F. S. T. e SOUZA, R. C. de (org.) A práxis na formação de educadores de educação infantil. Rio de Janeiro: DP & A, 2002.