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domingo, 12 de dezembro de 2010

Antes e depois do PEAD

Fazendo um paralelo entre o antes e o depois do PEAD podemos destacar que conseguimos uma base bastante sólida para o nosso dia-a-dia. Diferente disso, era quando fazíamos o Magistério e não tínhamos uma turma de alunos para aplicar todos os conhecimentos. Tínhamos somente a teoria. Agora, no curso de graduação, podemos aliar a teoria com a prática. Isso é muito válido. Conseguimos refletir, aplicar e analisar. Pessoalmente tenho muito orgulho em dizer que sou estudante da UFRGS. Dentre os textos lidos na interdisciplina de EPPC, Bolzan (2001, 2002) diz que "o professor quando ensina está também em processo de aprendizagem do seu fazer pedagógico." Tanto aluno como professor estão em processo de aprendizagem mesmo que sob óticas diferentes. Podemos constatar isso no cotidiano, na nossa prática... Aprendemos quando uma atividade dá certo e aprendemos muito mais quando ela não nos dá os resultados esperados. Porque aí eu vou investigar o motivo e certamente vou refazer de forma diferente. O professor será aquele que toma decisões, cria durante a sua ação pedagógica, discute, avalia e reconstrói essa ação na reflexão sobre a atividade. Vygotski (1994) sustenta o conhecimento compartilhado e exemplifica que um educador pode ter uma idéia muito boa mas não sabe colocá-la em prática, pois nunca a discutiu com ninguém, nem mesmo confrontou com pontos de vista comuns ou divergentes. Esse aprendizado sempre está no meu dia-a-dia. Procuro compartilhar e questionar as atividades com outros colegas da escola e, principalmente do PEAD, já que tenho na minha escola quatro colegas do PEAD. Então, sempre estamos trocando experiências e enriquecendo nossas aulas.Um ponto muito importante de todas as interdisciplinas deste semestre foi a facilidade de adaptação das atividades propostas em todas áreas. O período que já vivenciei no PEAD, me provocaram várias mudanças, acredito que para melhor. Essas mudanças apareceram através da leitura dos textos das diversas interdisciplinas, das aulas presenciais e da reflexão que faço ao realizar as atividades... Dentre as mudanças, posso destacar que passei a observar mais as crianças, a diversificar mais as aulas, a utilizar a teconologia que aprendi sempre durante o processo de cada projeto de aprendizagem. E, percebo que sempre posso melhorar. Doris Bolzan (2001, 2002) coloca que a escola, tal como está organizada hoje, vem buscando caminhos para dar conta de sua tarefa de ensinar. A sua preocupação primeira é com o processo de aprendizagem. Entretanto, observamos que a prática escolar tem se mantido arraigada ao passado, deixando, muitas vezes, de avançar em direção às velozes transformações do mundo. A equipe do PEAD e, nós professores, temos a missão de fazer essa diferença na educação.

Tecnologias...

Atualmente, a tecnologia faz-se muito necessária em qualquer setor da sociedade. A Educação não está fora disso. Posso evidenciar isso em sala de aula quando sentamos na rodinha e os alunos falam que já possuem LapTop da Xuxa e que algumas famílias têm acesso às tecnologias. Cada vez mais estou me aprofndando mais no uso da informática. Após a utilização cada vez mais constante do computador, já perdi o medo de errar. O estigma que vai estragar se eu tentar fazer algo que não domino está bem longe de mim nesse momento. Enfim, aperfeiçoei o uso do computador e da internet. Assim, estou somando as aprendizagens tecnológicas. Que bom!!! Como trabalho com educação infantil, pesquiso histórias infantis, músicas, atividades recreativas e jogos para cada dia propiciar mais novidades para meus alunos, melhorando ainda mais a nossa rotina de sala de aula. Há pouco tive a oportunidade de adquirir um novo computador e uma máquina digital que estou sempre carregando comigo para aquelas eventuais surpresas boas que os alunos nos fazem com belas atividades, brincadeiras e passeios. Deste modo, espero ter mais afinidades com o computador e sempre aprender mais. Somente o que me decepcionou um pouco foi o programa Cmaptools que não consegui colocar no meu computador e, desta forma, tive que ir ao pólo para realizar as atividades desta proposta. Mas... isto pode acontecer.

Organização espacial na escola

A aprendizagem mais significativa que eu tive como professora agora por final do curso foi quanto à conscientização da importância da organização espacial da sala de aula e fora dela. Percebi este fato quando no estágio a professora sugeriu otimizarmos o espaço externo para os alunos já que com a tecnologia não poderíamos contar neste momento. Neste momento passei a compreender e concordar com os autores quando eles dizem que "as crianças precisam ter opções, uma vez que passam muitas horas por dia no mesmo ambiente.” Então, pude enxergar a variedade de oferta de ambientes como uma questão de qualidade e, acima de tudo, oportunidades de aprendizagem diferenciadas quando uma das tarefas fundamentais da educadora é a de organizar o espaço: interno (da sala de aula) e externo (do pátio). “Esse espaço deve incentivar e estruturar as experiências corporais, afetivas, sociais e as expressões das diferentes linguagens da criança. [...] O ambiente, isto é, a sala das crianças deve ser vista como um educador auxiliar que provoca aprendizagens.” (BARBOSA, HORN, 2008)

Ainda o blog...

Analisando meu blog, percebo que as postagens contemplam as interdisciplinas estudadas de forma interdisciplinar, pois nos marcadores aparecem mais que uma interdisciplina. Quanto às postagens elas são reflexões das teorias estudadas relacionadas com a prática nos espaços da escola procurando sempre trazer a contextualização histórica, social e política na medida do possível. As postagens que realizei demonstram que houve uma apropriação dos principais conceitos trabalhos nas interdisciplinas. Pude perceber que evoluí bastante, pois passei a registrar minhas aprendizagens e reflexões procurando sempre relacionar a teoria e prática com evidências e argumentos claros e exemplificativos que nos levam a pensar nas formas de aprendizagens.

Limites na Educação Infantil

Para nós educadores é relevante sabermos como é constituído o desenvolvimento moral para que possamos compreender atitudes ditas conflitantes. Nas leituras oferecidas pude confrontar a importância da Educação Infantil onde FAVERO relata que “... a consciência moral não é inata, embora se reconheça que as disposições ou tendências afetivas e ativas tenham raízes instintivas. A criança não nasce boa, nem má; tanto do ponto de vista intelectual como do ponto de vista moral, essas forças (se assim podemos denominar) são desenvolvidas num universo de contingências.” Neste aspecto meus alunos muitas vezes enfrentam situações de ambigüidade em suas concepções de moralidade quando colocamos algumas regras dentro da sala e isto não acontece em casa. Presenciei algumas mães, quando buscam seus filhos na escola, observarem seus filhos guardar os brinquedos, auxiliar na limpeza das mesas ou organização da sala antes de irem embora. Estas, ficam atônitas dizendo que em casa o filho não age desta maneira. O sentimento de obrigação só aparece quando a criança começa a aceitar as imposições de pessoas que ela respeita. As crianças vão repetindo rituais e alguns se transformam em hábitos, porém a repetição de regras assimiladas não basta para desenvolver a consciência moral. “É necessário e fundamental que haja o sentimento de respeito para com aquele que estipulou as regras, todavia essas só serão compreendidas e aceitas quando houver uma aprovação recíproca entre os sujeitos envolvidos (PIAGET p. 23).” Apesar de serem pequenos, os alunos que assisti até hoje, também estão envolvidos em atitudes de violência física e verbal. Este ano, tenho um aluno inquieto que necessita sempre de acompanhamento do professor, pois está sempre incomodando ou atrapalhando os colegas. Consigo, a partir dos estudos, colocar sanções a este aluno, por exemplo, com argumentações mais convincentes que revelam meus cuidados com eles como alunos, porém ele apresenta um problema um pouco mais sério que necessita de acompanhamento especial do qual a família está pouco interessada em oferecer ao aluno e isto reflete em sala de aula.

Aprendizagens significativas

Creio que minhas aprendizagens sempre dependeram das aprendizagens anteriores, ou seja, acrescento ao que já conheço. Nisto identifiquei-me com as palavras de Piaget (1983), “o desenvolvimento ocorre de forma que as aquisições de um período sejam necessariamente integradas nos períodos posteriores. É o “caráter integrativo” segundo o qual as estruturas construídas numa idade dada se tornam parte integrante das estruturas da idade seguinte”. Uma pessoa adulta que ao longo de sua vida vem adquirindo conhecimentos através de experiências vividas, torna-se resultado do processo de aprendizagem somática. Não basta ao professor passar o conteúdo e tampouco esquecer-se das relações interpessoais constituídas em sala de aula os quais apresentam importância para a educação. O processo de transferência está presente também no adulto, nas relações professor-aluno, na educação de jovens e adultos e, muitas vezes, quando esse adulto tiver uma carência. Do mesmo modo, não é sempre fácil para o aluno colocar-se no ponto de vista do professor e acompanhar o seu raciocínio, porque muitas vezes, não tem a vivência, experiência ou, ainda, um conceito anterior a esse adquirido que possa somar e obter o conhecimento seguinte. Enfim, acredito, a partir das minhas experiências como aluna do PEAD, que sempre estamos aprendendo e que necessitamos edificar nosso conhecimento para nos formar um professor seguro de nossas aprendizagens e, sobretudo, passando muita confiança ao aluno. Como profissional da educação, o curso de Pedagogia à Distância da UFRGS tem auxiliado e possibilitado maiores conhecimentos sobre a etapa da educação infantil, sobre a política educacional, sobre a educação, a escola e sobre minha profissão. Consigo, neste momento, fazer uma reflexão da minha prática docente em sala de aula e da realidade politica educacional. Conforme a frase de PAULO FREIRE (2008): “É importante que professores e alunos sejam curiosos, instigadores. É preciso, indispensável mesmo, que o professor se ache repousado no saber de que a pedra fundamental é a curiosidade do ser humano", não há como ficarmos acomodados. O papel exclusivo do professor é promover a cidadania e a busca por ideais em seus alunos, tentando formá-los críticos, buscando oportunidades que dêem importância à cidadania, percebendo a realidade, buscando uma valorização da moral e da ética, respeitando valores e deveres, para que possam perceber que eles, mais que ninguém, é que podem questionar e não aceitar situações impostas pelo meio em que vivem, podendo assim transformar a realidade em uma sociedade digna e valorizada.

Lembrando do PPP

O Projeto Político Pedagógico precisa apresentar as finalidades da escola, sua estrutura organizacional, o currículo definido, os tempos e espaços onde ocorrerão as relações de ensino-aprendizagem, o processo de decisão e as relações de trabalho, além das formas previstas para a avaliação da aprendizagem, da escola e do próprio projeto. Há pouco na escola que estou inserida há menos de um ano, participei mais uma vez da construção deste importante documento, o PPP. Neste momento pude colocar meus conhecimentos e rever o material sobre a proposta e, assim, pude contribuir de maneira satisfatória na construção do documento. Esta construção foi muito rica, pois em cada etapa pudemos analisar realmente sobre qual a escola que estamos planejando e oferecendo às nossas crianças.

Relembrando interdisciplinas...

Trabalhando com a natureza....
Acredito que a Interdisciplina de Representação do Mundo pelas Ciências Naturais conseguiu tirar de nós educadores o estigma de que trabalhamos ciências somente com experimentos e experiências. Desta forma minha prática mudou, passei a deixar um pouco de lado os experimentos, pois percebi que os ciclos da natureza são muito importantes de serem trabalhados desde os pequeninos. Lembrei-me agora da fala de uma criança, no vídeo apresentado pelo SI IV, assistindo ao pôr-do-sol, uma criança que dizia "Não sei se é o sol que está descendo ou a terra que está subindo...” São essas questões simples que temos que trabalhar com as nossas crianças. Representação que leva à compreensão, ciências naturais, estudo da vida, entendimento da natureza, entendimento do lugar onde vivemos... Tudo se transforma dentro de contextos históricos, conseqüentemente do nosso EU, assim, deve-se contextualizar "as verdades científicas" que nunca serão absolutas.